segunda-feira, 24 de novembro de 2008

blogs

Eu blogo, tu blogas, ele bloga, nós blogamos.

É indiscutível o poder dos blogs na comunicação dos dias de hoje. Sai perdendo quem ainda não enxergou as várias possibilidades desta poderosa ferramenta de propagação de conteúdo.

Blog é um diário mantido na internet cujas atualizações (chamadas posts) são organizadas cronologicamente, sempre do último para o primeiro.
O primeiro nome dado a esse diário foi weblog que virou we blog e depois só blog. O nome, de tanto ser usado, acabou dando origem ao verbo blogar. Mas a evolução não está só no nome. O que antes era considerado entretenimento da garotada, hoje é coisa séria que desperta a atenção das grandes indústrias e dos meios de comunicação.

A junção de todos os blogs de todos os idiomas é chamada de blogosfera e seu tamanho é impressionante. Já são mais de 92.2 milhões de blogs, segundo o Technorati, site que cataloga os blogs do mundo inteiro. São mais de 80 mil blogs criados por dia, é um novo blog por segundo.

E os números não páram: há 1 blog para cada 25 pessoas online e eles são atualizados com cerca de 1,2 milhões de posts por dia. Aqui no Brasil estima-se que 25% dos 20 milhões de internautas vasculham diariamente blogs à procura de informação e entretenimento.

Mas o que faz com que os blogs sejam essa explosão de números e atraiam cada vez mais leitores e blogueiros (pessoa que publica em blogs)? Segundo publicação da revista Época, os blogs tornam realidade duas promessas da Internet. Uma delas é a liberdade universal de expressão. Em menos de 10 minutos, sem gastar nada, qualquer pessoa pode criar um blog para falar de tudo que quiser.
A outra é interatividade.

Todo blog possui um sistema de comentários em que o leitor opina, sugere e até critica o que foi postado pelo blogueiro. É essa interação que dá credibilidade ao conteúdo da blogosfera. Uma informação por si só não merece credibilidade, mas depois que é postada ela pode ser corrigida, retificada e ampliada ganhando relevância e densidade.

Os blogueiros formam uma espécie de sociedade alternativa. Por meio de links, eles indicam conteúdos de outros blogs e este emaranhado de referências resulta em uma rede de informação paralela aos tradicionais portais.

A força dessa rede alternativa é tão grande que já tem CEOs (Chief Executive Officer) de multinacionais blogando. Pode acreditar, lá fora isso nem é mais novidade, no Brasil esse movimento de presidentes blogueiros ainda não emplacou. Aqui, a primeira iniciativa foi do presidente do HSBC, Emilson Alonso, que posta no “Blog do CEO”, por enquanto com acesso limitado à rede interna do banco. Já nos EUA é uma febre e exemplo é o que não falta: Randy Baseler, vice-presidente de marketing da Boeing faz provocações diárias à sua rival Airbus em seu blog. Bob Lutz, vice-presidente da General Motors, lançou um novo protótipo de carro com base nos comentários que recebeu em seu blog. Janathan Schwartz, presidente da Sun, é um dos precursores dessa onda. “Como o e-mail, o blog não vai ser uma questão de escolha. Todos os líderes serão obrigados a ter um”, disse Schwartz em uma entrevista para a revista Exame.

O blog humaniza a empresa criando um contato direto. Não há dúvida que uma informação passada pelo presidente da empresa possui maior relevância que qualquer notícia de Jornal ou TV. Mas se muitas empresas estão no embalo dessa nova tendência, outras estão sentindo o gosto amargo do poder de destruição dos blogs.

Quando o consumidor gosta de um produto, ele comenta com alguns e, quando não gosta, comenta com vários, só que no caso dos blogs esse “vários” se tornam milhões.

É um poder inédito alcançado pelo consumidor. Um blogueiro publicou um vídeo ensinando como abrir, com uma caneta Bic, uma popular trava de bicicleta da empresa Kryptonite. Resultado: a empresa perdeu 10 milhões de dólares com o recall.

Outro caso muito conhecido é a do jornalista americano, Jeff Jarvis, que irritado com a assistência técnica da Dell publicou em seu blog um post chamado “Dell Hell” (Inferno da Dell). Muitos viram, comentaram, repassaram e o buzz foi tão grande que virou notícia da mídia tradicional, saindo até no New York Times. A reclamação de um único consumidor se transformou em uma discussão nacional sobre a qualidade da Dell.

E a publicidade não fica de fora, a começar pelos próprios sites das agências, que agora se transformaram em blogs, tendência internacional que já chegou ao Brasil. A agência África mudou seu tradicional site para o Blackblog. Agora, as agências usam a força dos blogs para divulgar suas campanhas através de virais e ações de RP (Relações Públicas) com os blogueiros.

A propaganda já é um assunto de boa aceitação em quase todo tipo de blog. Quem gosta de um comercial, acha engraçado, divertido ou horríve,l não deixa de fazer um comentário na blogosfera. Se o assunto já é bom, pode ser potencializado pela agências de publicidade através de ações criativas que cativem os blogueiros e seus leitores.

Para divulgar o novo filme das Tartarugas Mutantes Ninjas, as agências FSuplicy Comunicação e Ginga enviaram uma pizza mordida para vários blogueiros de São Paulo. Na pizza estava o endereço de um blog com a contagem regressiva para o evento de lançamento. O clima de mistério envolveu os blogueiros que publicaram sobre a pizza, o blog e suas suspeitas. A ação foi um sucesso. Quer exemplo maior que o vídeo Grand Prix em Cannes da Dove, Evolution? O vídeo só foi veiculado na internet e ficou conhecido no mundo todo graças aos blogs.

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