Mídia Exterior: necessidade ou poluição?
Por que extinguir?Mais de 11 milhões de pessoas vivem em São Paulo e este número expressivo é um dos principais fatores que fazem da cidade a maior da América Latina. Mas não são apenas moradores da grande cidade, são consumidores, que querem comprar, precisam consumir e de opções para o consumo. O setor de mídia exterior, até então acostumado com a liberdade da propaganda, recebeu um choque com a notícia da aprovação e colocação em prática da lei que solicita a limpeza das propagandas que fogem às regras instituídas. Vários protestos na capital paulista estão unindo, como nunca, diversos interessados na campanha “A luta continua” contra a Lei 14.223/06, defendida pelo prefeito Gilberto Kassab.
O motivo principal para a extinção da propaganda em vias públicas é a despoluição visual. Assim, São Paulo passa a ser, além de um pólo de negócios, uma cidade limpa e bonita. Quem ganha com isso são os grafiteiros e artistas, que terão muito trabalho a fazer, mostrando sua arte em locais antes utilizados por anúncios e cartazes, como muros de colégios e obras públicas autorizadas pela Prefeitura. Quem também vai lucrar muito com isso são as empresas de sinalização, já que algumas terão que mudar também a fachada de suas lojas.
São Paulo ficou melhor?Muitas alterações já foram feitas e a recuperação do espaço urbano, da integridade arquitetônica e urbanística já tem gerado uma qualidade de vida notável para a população residente e para quem visita a capital. Muitas cidades do mundo, como Nova Iorque, Chicago e Barcelona, desenvolveram projetos de melhoria no embelezamento da cidade e, por conseqüência, são atualmente destinos mais valorizados e muito mais procurados pelos turistas.Ainda não fica claro em São Paulo se haverá continuidade no processo de revitalização do espaço urbano por completo ou se a lei poderá ser ainda revogada.
Dependerá dos interesses políticos e da adoção de um planejamento mais amplo e contínuo. A população aprova as medidas. Segundo pesquisa realizada em agosto pelo Grupo Datafolha, 63% da população aprovaram a nova legislação, 30% não sentiram mudanças e 7% dizem que a cidade piorou. As alterações estão em vigor desde o final de 2006, mas algumas peças, que ainda permaneciam nas ruas, tiveram prazo prorrogado até 31 de março deste ano para serem retiradas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário